Olá a todos!
Estamos plenamente inseridos na época mais luminosa do ano. Sempre imbuídos de um espírito festivo, conseguimos dividir esta época em dois momentos. A primeira fase, o Natal, tem um sabor agridoce, em que tudo é intenso. Sentimos a vontade de estar com quem se gosta e a vontade de conseguir passar dias a fio sem conflitos, o empenho de oferecer prendas e o mesmo empenho em não se enfiar em superfícies comerciais atafulhadas em cansaço e pressa, o querer comer fartamente e a exigência de não ter consequências de excessos, o desejo de ter tudo pronto a tempo, em simultâneo com o desejo de, simplesmente, esparramar-se num sofá quente a olhar para ontem, um amor a esta fase de fraternidade misturada com umas saudades paralisantes de quem já não podemos dar a mão. É uma fase que nos brinda com sentimentos muito ambivalentes. Como, surpreendentemente, conseguimos fazer um pouco de tudo e um pouco de nada, a verdade é que
esta época é bastante tensa e desgastante. Acima de tudo, esta época prima pelo contacto, pelo vínculo, pelas reuniões de amigos e familiares. Nem sempre simples de gerir, há quem se resigne, quem use a comida e o álcool para se vingar, quem opte por não seguir as normas sociais e ficar só e quem, de facto, se divirta muito com estes momentos.
esta época é bastante tensa e desgastante. Acima de tudo, esta época prima pelo contacto, pelo vínculo, pelas reuniões de amigos e familiares. Nem sempre simples de gerir, há quem se resigne, quem use a comida e o álcool para se vingar, quem opte por não seguir as normas sociais e ficar só e quem, de facto, se divirta muito com estes momentos.
Independentemente da forma como lidamos com o outro nesta fase, de haver um saldo maior de abraços ou de conflitos, a verdade é que a intenção é sempre de paz, de colaborar, de interajuda. Se nos empenharmos em estar atentos ao outro e ser minimamente criativos, somos bem capazes de saltar para o segundo destes momentos ainda com um sentimento de altruísmo latente em nós. Existem inúmeras formas de contribuir para os outros, contribuindo para a nossa paz de espírito.
Passamos, assim, à segunda parte deste período festivo. Ao culminar um ciclo da liturgia católica, sentimos um surto repentino de querermos ser melhores seres no ano seguinte. Nada disto está mal, pode até funcionar como um catalisador interessante e que nos permita parar um pouco e ponderarmos sobre o que estamos a fazer bem ou potenciar mudanças que há muito desejamos. Estes momentos de reflexão podem ser um bom ponto de partida para inserir novos e melhores hábitos, com a tónica no acto efectivo de começar! Querer sem fazer, levar-nos-á não apenas a lado nenhum mas também à frustração. Temos momentos em que sabemos exactamente o que queremos mudar e delongamo-nos em começar. Não obstante, outras alturas existem em que queremos mudar algo, inserir novos hábitos e a verdade é que não sabemos por onde começar.
Existe um acto que, bem incutido no nosso dia-a-dia, pode injectar-nos com uma dose diária recomendada de bem-estar pessoal: a gratidão. Este acto individual que implica, habitualmente, um gesto de bondade de alguém para com outra pessoa que enche de uma alegria muito peculiar ambas as partes.
Somos capazes de ser felizes ao saber que contribuímos para a felicidade alheia.
Para o nosso cérebro, é indiferente se a causa de um bom resultado parte de nós mesmos ou de outra pessoa,. Em ambos os casos haverá activação do sistema de recompensa do cérebro, o que nos leva a um momento de felicidade e de satisfação. Deste modo, se pensarmos em algo de bom que nos fizeram, é um modo igualmente eficaz de nos sentirmos felizes, tal como se tivéssemos sido nós próprios a fazê-lo.
Há dias, em consulta, partilharam comigo um site da internet muito interessante e útil para ter uma vida mais rica em partilhas e generosidade. Fui logo averiguar se era, de facto, tão promissor como prometido e a verdade é que sim. Descobri um projecto que estimula as dádivas a pessoas, aos animais e ao meio ambiente, melhorando a qualidade de vida geral. Chama-se 365give, traduzido grosseiramente por 365 dias de dádiva, e é, dizem eles, uma organização de caridade dedicada a inspirar e a educar os corações e as mentes das pessoas, criando uma mudança positiva global através da dádiva diária. Espreitem o projecto e as propostas e descubram se já fazem mais até do que pensavam ou se até será um bom passo para 2018 começar um desafio semelhante.
Fica uma dica: caso o façam, vão apontando as boas acções na agenda!
Com o passar do tempo, todas as acções perdem a novidade, logo, o entusiasmo. Dar e receber passa a ser algo de rotineiro (e que bom que era, desculpem, será) e tendemos a esquecermo-nos das acções que vamos praticando. Será muito gratificante poder rever, passado um ano, todos os pequenos grandes gestos que foram efectuando. Pensem lá se não era engraçado poder ter um jarrinho repleto de papeizinhos com boas acções diárias num frasquinho todo giro, que tivessem praticado ao longo de 2017, para poder agora fazer um balanço? Toca a lutar para que, em 2018, este desejo seja mais do que uma vontade.
O acto de dar aumenta as Endorfinas, levando-nos a sentir uma emoção forte, aumenta a Oxitocina, dando-nos uma sensação de confiança, amor e conexão e aumenta a Serotonina, o que nos permite estar felizes e calmos, baixando, assim, o nível de Cortisol, a hormona do stress.
DAR = + OXITOCINA + SEROTONINA + ENDORFINAS - CORTISOL = FELICIDADE
Esta matemática leva, naturalmente, a um maior nível de felicidade. Dar leva a ser mais feliz, ser grato leva-nos a ser mais felizes. Não há grande coisa que enganar. É simples! Fica o site para espreitarem:
Falando em gratidão, deixo-vos a sugestão de escutarem, atentamente, a palestra do monge beneditino austríaco David Steindl-Rast. Em menos de 15 minutos perceberão porque é importante seguir as dicas que damos às crianças. Parar, Olhar e só depois Avançar podem ser os verbos que nos trarão mais serenidade. E, se recearem que um desafio vos desapareça por entre os dedos, David tem o condão de nos explicar que a vida tem a maravilha de nos presentear com a dádiva de tentativas consecutivas. Se perdemos a oportunidade de um momento, teremos outra logo de seguida! E isto tem tanto de libertador como de potencialmente fantástico. Se ficaram curiosos, podem ouvi-lo aqui.
Novamente verificamos que, além da responsabilidade de contribuir para uma vida pessoal e um mundo com mais qualidade, temos o direito de o fazer e de múltiplas formas. Dar e ser grato são apenas duas sugestões que podem ser poderosas ferramentas no ano novo que agora se avizinha!
Faço votos de que, ao reflectirem sobre este ano que agora termina, percebam que evoluíram um pouco mais para ser a pessoa que desejam e que o saldo emocional e de acções de 2017 seja imensamente positivo! Que 2018 vos brinde com incontáveis momentos felizes, de dádiva e de gratidão, que vos deixem a sorrir só de ponderar sobre as oportunidades que vos aguardam.
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