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Ansiedade, não sei viver sem ti!

Escolhi este tema a pedido porque, embora a ansiedade seja a doença mental mais prevalente ao nível mundial, existem muitas pessoas que se creem aterrorizadamente sós, neste desafio. Por vezes, sentindo-se “loucas”, porque o sentimento pode ser avassalador e a incompreensão agrava o receio de perder o controlo de si mesmo. 

Urge normalizar a ansiedade. 

Este tema preenche múltiplas enciclopédias, filmes, músicas, sendo talvez apenas destronado para o amor, esse peso pesado. Assim, perante a impossibilidade de abordar tudo o que é pertinente, vou tentar iluminar um micro abc que possa ser a primeira ferramenta para lidar com a ansiedade, mas aviso que será preciso coragem para enfrentar uma má notícia. Prometo que apresentarei igualmente algo bom, que compensará isso! 

A ansiedade é um conceito muito mais vasto, complexo e estarrecedor do que aparenta, consegue condicionar vidas inteiras, começando num indivíduo e estendendo-se às suas relações, à sua família, à capacidade para trabalhar, à coragem sequer de conseguir sair de casa. Pode deixar-nos paralisados, sem acção psicológica ou física, em silêncio ou até em discurso maníaco completo, manifestando-se de forma diferente em cada pessoa, mas com alguns sintomas mais típicos. Imagine que está dentro de um banco e entra um ladrão armado, é natural que sinta medo! É esperado que o nosso sistema nervoso simpático entre em acção e active todo o organismo para reagirmos ao estímulo perigoso. As pupilas dilatam, os músculos ficam tensos, a transpiração e respiração aceleram, o batimento cardíaco fica descompensado, surge uma dor opressora no peito e podemos mesmo sentir que vamos morrer. É o estado fight or flight, onde temos de escolher entre fugir ou enfrentar. Certo, tudo isto faz sentido perante um risco mas,… E se tudo isto se iniciar a partir do nada? Sem razão aparente, a meio do trabalho, durante a noite ou enquanto vê uma série, começa a sentir uma dúvida esmagadora, um pânico geral que lhe tolda o pensamento. Aqui, um passo essencial é saber reconhecer e compreender o que está a acontecer. 

A ansiedade instala-se sem motivo provável, pode ter sido a vida toda assim, pode ter começado num dia de sol, mas é quase garantido que, se tiver um progenitor ansioso, será um traço que acompanhará gerações seguintes, seja por motivos genéticos, mas também por comportamento aprendido. 

Deste modo, vamos começar por, neste momento, avaliar a situação e dizer a nós próprios “Ok, estou a ter uma crise de ansiedade”. O passo seguinte é aceitar isso, o que parece muito mais simples explicado do que feito. Atente que aceitar não é contrariar, não é obrigar a ansiedade a parar. É, simplesmente, conviver com ela, reconhecendo que já passou por isso, já conhece este momento e ter noção de que não é perigoso. 

A ansiedade cresce até atingir um tecto, descendo depois, obrigatoriamente. 

É sempre temporária. Isto retirará a importância à ansiedade, já que ela se alimenta dela mesma, é um círculo vicioso e, quanto mais a tenta contrariar, mais sentirá o seu efeito. Contudo, ao respeitar que isto está a acontecer, conseguirá um momento de paz e a energia para poder focar-se noutra actividade, qualquer uma, desde que seja distinta do que esteja a fazer, de modo a que o pensamento mude, deixando de dar protagonismo à ansiedade. Poderá ir beber um copo de água, caminhar, ligar a alguém para falar de outro tópico, até mesmo chupar um limão ou uma goma ácida (há quem jure por esta técnica!) ou recorrer a estratégias específicas como por exemplo, meditação, técnicas de respiração, relaxamento muscular, treino imagético, ouvir um podcast sobre a ansiedade (há imensos, bem informados, com experiências na primeira pessoa). Existem inúmeras abordagens para gerir a ansiedade (o truque é praticá-las estando sereno, para que possa recorrer-lhes de modo fácil, quando surgir um momento mais tenso, sem originar mais frustração) e é indispensável que uma pessoa ansiosa esteja familiarizada com o que resulta para si. 

Chegamos, então, à notícia negativa: a ansiedade não tem cura… Mas tem tratamento! 

Quem nasce ansioso, será assim toda a sua vida, daí que seja essencial a aceitação e compreensão sobre o que representa, para que possa munir-se de uma caixa de ferramentas emocionais bem recheada, para usar mediante o tempo que tiver disponível. É possível aprender a viver com a ansiedade, passando a dominá-la e a conviver pacificamente com ela, sendo que, nos momentos mais stressantes, em que voltar a vir à tona, iremos ser bem mais rápidos e resilientes na sua gestão. 

Além disso, ser ansioso tem um lado muito útil e interessante! Pessoas ansiosas são geralmente muito atentas, perspicazes, focadas e com soluções para qualquer cenário. Todos os ansiosos a quem perguntei, escolheriam manter a ansiedade, caso perdê-la significasse deixar de ser esta pessoa especialmente sagaz! Seguramente, estes serão os ansiosos já bem munidos de estratégias e de equipas de apoio de suporte social (é importante que quem rodeia, aprenda a perceber e a respeitar), e, acima de tudo, de apoio psicoterapêutico, sempre que seja essencial. 

A acrescentar a este brevíssimo resumo, posso salvaguardar que a ansiedade só por si já liberta hormonas negativas suficientes, como o cortisol, pelo que é importante ter bons hábitos de vida e ser gentil consigo mesmo, não se criticar, de modo a que a “sopa química” que temos dentro consiga ser enriquecida com neurotransmissores positivos que nos garantam bem-estar, tranquilidade e segurança.

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